A alta no número de mortes na Bahia durante a pandemia do novo coronavírus provocou um fenômeno inesperado no estado: a aproximação recorde entre os números de nascimentos e óbitos, que atingiu o menor patamar da série histórica do Registro Civil, iniciada em 2003.
Com 15.571 nascimentos e 9.493 óbitos, a diferença entre ambos ficou em apenas 6.078 atos, o que equivale a 64%, e uma redução histórica de 61% desde o início da pandemia em março de 2020.
A diferença entre os dois atos já vinha caindo ao longo do tempo, mas acelerou vertiginosamente com a pandemia causada pelo novo coronavírus. Em 2003, no início da série histórica, a diferença era de mais de 250%, baixando para 160% na década de 2010 e abrindo 2020 com diferença na casa dos 130%. Com o início da pandemia, baixou para 125% em março, caiu para 82% em julho, 64% em dezembro e agora se mantém, também, na marca de 64%.
“Sendo um serviço essencial, não paramos nenhum momento durante esse período, o que nos fez viver a realidade desses números diariamente em nossos cartórios. É inevitável não falar o quão forte a pandemia impactou na vida das famílias baianas, que passaram a temer aumentar a família”, disse Daniel de Oliveira Sampaio, o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais na Bahia (Arpen/BA).
Nacionalmente, o mesmo efeito: aproximação recorde entre os números de nascimentos e óbitos, que atingiu o menor patamar da série histórica do Registro Civil, iniciada em 2003. Com 227.877 nascimentos e 179.938 óbitos, a diferença entre ambos ficou em apenas 47.939 atos, o que equivale a 27%, e uma redução histórica de 72% desde o início da pandemia, em março de 2020.
Os dados constam do Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Arpen, cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Fonte: Bahia Notícias