A pandemia não foi desculpa para a Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai-BA) e a Corregedoria Geral de Justiça seguir realizando o acompanhamento da pós-adoção. Pelo contrário. Na pauta da reunião virtual realizada na última quinta-feira (4) constaram cinco processos relativos a acompanhamento da pós-adoção internacional, dentre eles o de um garoto que passou anos institucionalizado no interior do Estado da Bahia.
Adotado em 2019, aos 11 anos, o menino mora com a nova família em Gênova, na Região da Ligúria, Itália, onde tudo está fechado desde 10 de março, devido ao isolamento social imposto no país por conta da propagação do Coronavírus (Covid-19).
Em contato com a Cejai-BA, a mãe relatou que não saiam de casa há dois meses, exceto em urgências, mas que isso não parece afetar seu filho. Segundo ela, a família lhe basta, apesar do isolamento ter dificultado os contatos dele com os novos amigos italianos e ter suspendido as aulas de futebol. Conforme conta a mãe, além de brincar muito com o pai e um dos tios, ele a ajuda na cozinha e interage com os avós, que moram na casa ao lado.
De acordo com relatório enviado pelo organismo italiano AIPA, credenciado no Brasil para intermediar adoções internacionais, por causa do isolamento social, o garoto segue assistindo às aulas da escola de forma virtual, com o apoio de um professor que o ajuda com a língua e a acompanhar o programa escolar.
Agora, com a suspensão gradativa do isolamento, o menino tem apresentado dificuldade durante a retomada da vida social, mas os pais incentivam-no. Segundo relato da mãe, a família segue unida, com esperança de que dias melhores virão.
No momento em que os pais autorizavam a publicação da foto e da história da família, o garotinho disse: “peça ao repórter para informar que eu comi muito durante a quarentena”.
Participaram da videoconferência, durante a qual os processos de acompanhamento pós-adoção foram avaliados, a presidente da Cejai-BA, Juíza Assessora Especial da Corregedoria Geral da Justiça, Andréa Paula Matos Rodrigues de Miranda; os juízes membros da Cejai, Daniela Gonzaga, Karla Barnuevo, Maurício Albagli, Rosa Castro e Rosemunda Valente; a assistente social Marluce Gonçalves; as psicólogas Nara Borges e Paula Amaral; e a secretária executiva da Cejai, Simone de Castro.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado da Bahia